sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Respondendo à questão lançada no Blogue NGB (boa, mais um texto sobre a Formação!!)

No excelente blogue NGB a questão se era possível um Made in Benfica por Jesus foi lançada (ver aqui). É uma questão pertinente e da sua resposta depende a sã convivência entre JJ e LFV. Isto partindo do pressuposto que Vieira, desta vez, fala a sério sobre a formação. O autor do texto apresentou uma ideia, visando a transformação de Jesus numa espécie de líder de todo futebol do SLB, coordenando a componente técnica de todos os escalões.

Quanto a mim, isto não é solução. Treinar o Benfica é um full time job, não se compadecendo com outra actividade de coordenação. Isto só seria possível se Jesus tivesse um nº 2 capaz de tomar conta das rédeas durante mais tempo. E Raul José é um excelente "tenente" no actual esquema de trabalho, mas não tem perfil de 2nd in command numa estrutura mais abrangente. Raul é um treinador-adjunto. Nem mais, nem menos. Nem JJ permitiria que entrasse alguém para equipa técnica que se sobreposesse ao seu fiel escudeiro.

Eu defendo a ideia de um Administrador, com assento na SAD e com peso similar ao de DSO, para o futebol. Um homem-forte, que seja respeitado pela estrutura, que tenha um passado ligado ao futebol e que perceba da componente técnica. Esse lugar nunca pode ser ocupado por Vieira. Este é o presidente, não tem "pasta". Lidera e supervisiona todas as áreas. E por admissão própria, ele não percebe nada do assunto. Logo... 

No edifício do futebol, liderado por esse Administrador, o treinador principal é o seu braço direito, sendo desta relação que depende o sucesso. O desenho da vertente técnica sai deste gabinete. A este duo, acrescento um 3º elemento, com menos peso, mas também importante: o treinador da B. Este trio "desenha" a identidade do futebol do Benfica. Quer ao nível técnico, quer ao nível de uma identidade a ser aplicada aos escalões de formação do clube e ao nível do tipo/perfil de jogadores a contratar para o futebol sénior. 

Nesta cúpula, espaço para o Chefe do Gabinete de Prospecção e o Director do Futebol Jovem. São 4 homens que lideram nas suas respectivas áreas, sob alçada de um Administrador que responde ao Presidente. Óbvio, com pesos diferentes. E com responsabilidades bem gizadas, de modo a que ninguém se "atropele". Nesta cúpula, defendo que o técnico da equipa A, ajudado pelo da B, seja o responsável por definir um perfil-tipo do jogador, bem como um modelo/ideia de jogo, transversal aos escalões de formação. Este planeamento pode ter ciclos de 5 anos, por exemplo. O Gabinete de prospecção detecta talentos na melhor relação qualidade/preço e o Director do Futebol Jovem tem sob alçada a organização dos escalões jovens.

Qual o papel de um técnico como JJ para um Benfica Made in Benfica nesta base? Jesus para ser eficaz tem de estar concentrado totalmente no futebol sénior. Tem de gizar um modelo e um perfil de jogo, tornando-o inteligível para os demais corpos técnicos. Tem que saber detectar necessidades do plantel e identificar reforços na B, em conjunto com o técnico desta equipa, que tem como função emular a estratégia dos AA. Jesus, ao fim ao cabo, o líder técnico do futebol sénior. Tem de olhar para os plantéis como um todo. Sempre na premissa que o futebol jovem é a principal fonte do plantel principal.  

1 comentários:

Anónimo disse...

Entendo bem toda a sua argumentação mas verifico que ela está baseada num erro. É sua opinião que deve ser o treinador a decidir o rumo e a filosofia de jogo a ser aplicada no Clube. É aqui que divergimos apesar de toda a sua boa argumentação para defender a sua ideia.
Quem traça a filosofia e o rumo é quem administra e depois compete-lhe conseguir descobrir uma equipa técnica que conhecendo as ideias que se pretendem aplicar as execute.
E porquê? Porque se for uma equipa técnica a escolher a filosofia de jogo e a decidir o rumo os Corpos Sociais ficam prisioneiros dessa mesma equipa técnica.
Corre assim o risco de após a saida da equipa técnica e entrada de outra tudo ser modificado perdendo-se dessa maneira jogadores que por não encaixarem na nova filosofia terão que sair.
Aceito que tem que se criar em todas as categorias uma filosofia de jogo idêntica. Há anos que se fala nisso mas nunca se esqueça que essa filosofia vai fazer com que se busque para a formação jogadores dentro dessa filosofia.

Não é fácil mas para se entender melhor o meu raciocinio basta ver que vc baseia a sua opinião em JJ. E depois dele sair?
No entanto acho que se está no bom caminho e hoje a Formação do SLB começa a dar bons sinais de vitalidade.
MARQUÊS DA PRAIA E MONFORTE

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