Arbitragem: então e agora?

Há um ano atrás, fiquei com uma azia desgraçada ao ver Vieira de braço dado com PC a "convergirem" a bem do futebol português. Na altura, muitos diziam que o Benfica não estava a aliar-se ao FCP, mas sim a contribuir para a salvação do futebol português. Eu afirmava que o Benfica nunca poderia estar do mesmo lado que o FC Porto. Fosse no que fosse. Esse clube odeia-nos e vive para conspurcar a verdade desportiva. A resposta: é para o bem do futebol português e que o Benfica devia estar na charneira das grandes decisões do futebol nacional. 

Ontem, Paulo Gonçalves diz isto: "FC Porto e Sporting apresentaram a proposta em 5 minutos. O Benfica não podia votar em consciência sobre um assunto que não foi discutido. (...) Há ali pessoas que estão mais interessadas em discutir arbitragem e o Benfica não pactua com isso." Com o Benfica de fora de uma discussão séria sobre a arbitragem, qual a posição a tomar pelos que afirmavam que o Benfica devia andar de braço dado a convergir com o FCP? 

Quanto a mim, continuo na mesma. E neste caso apoio a 100% a posição do Benfica. E se ganhou uma proposta com a chancela do FCP (com a conivência do Sporting), o Benfica, por respeito ao que se passou no futebol nacional durante os últimos 30 anos, tem de se retirar. Estar do mesmo lado que o FCP em questões de arbitragem é, no mínimo, insultuoso. E uma proposta em 5 minutos?! UAU, não deve estar muita coisa mal na nossa arbitragem... 

Sobre a vaca fria, no futebol português não há soluções ideais. A ideia do "xico-espertismo" vai triunfar sempre, o jogo do "quem é mais esperto". Por isso, tanto se me dá. Se quem nomeia não é sério haverá desconfiança. Se os árbitros são todos iguais, todos fraquinhos, é a mesmíssima coisa... Se houvesse seriedade e se todos trabalhassem para o bem comum, o ideal é a nomeação, a escolha do árbitro adequado a cada jogo. Com o sorteio, chutamos a responsabilidade para o sortilégio das bolinhas da fortuna e do tipo de condicionamento...