terça-feira, 19 de maio de 2015

As sensações do bicampeonato, tentando fugir dos óbvios

Passei os últimos dias a digerir o back to back vencido pelo Sport Lisboa e Benfica. E parecendo que não, passou-se e passa-se muito mais do que o jogo de Guimarães. Nestes dias, andei afastado do PC, propositadamente. Isto aconteceu pela simples razão dos soundbytes, entre blogosfera e Facebook, serem muitos. Tento evitar lugares-comuns, pois muito foi muita gente a escrever. E viram-se as mesmas ideias repetidas indefinidamente, involuntariamente. As mesmas alegrias, raivinhas e revoltas. Os mesmos vídeos, as mesmas ideias de destruição e ataques à PSP, a Lotepegui, a Bruno de Carvalho e afins... Por isso, estive "fora", para tentar olhar a tudo com um pouco mais de serenidade. 

Antes de mais, não andei, na preparação e no caminho do Afonso Henriques em grandes festejos antecipados. Nem em euforias, desmedidas ou não. Faço parte de um grupo (restricto ou não) de adeptos que empurram as sensações cá para dentro. É mais complicado lidar com a ansiedade, acreditem. Durante o jogo, o meu silêncio foi quase absoluto. Só manifestei vocalmente o meu desespero na bola na trave e consequente cabeceamento e na perdida do Jonas em que ele atirou para fora. Como fiz isto? Um sonoro foda-se. E o plástico que sela a abertura rápida toda roída. Golo do Belém, festa no café onde me encontrava. Falei de novo. "Ainda não acabou aqui". Mas só falei para mim... E o Soares Dias apitou... Pude levar as mãos à cara, aliviado. Foi o que senti. Mais do que alegria absoluta, foi alívio. Acabou a tribulação, somos campeões de novo. Cá fora na esplanada, os berros. E eu, impávido. Sereno. o meu batimento cardíaco abrandou e vi-me invadido por felicidade. Daquela que se guarda cá dentro, quando se sabe de um segredo. Fui pedir mais uma mini e bebi-a em tranquilidade, enquanto ouvia os intervenientes do jogo. E segui para casa, feliz. A solo. Como se estivesse apaixonado, mas mais ninguém podia saber...

Depois do jogo, os rescaldos. Não vez nenhuma que em Guimarães não exista problemas com a PSP. Coincidência? Não sei. O que se pode esperar é um inquérito sério e exaustivo. Para que se verifique se é ou não seguro ser-se do Benfica naquela cidade. E que alguém diga à boca cheia isto. E que o Sport Lisboa e Benfica leve isto às últimas consequências. Aguardemos.

Assistiu-se a vandalismo e puro roubo no Afonso Henriques. Lamentável e pede-se justiça rápida para ladrões e vândalos. E se não somos iguais às trupes e hordas do Madureira não podemos querer a mesma impunidade. Temos sim de pedir a mesma medida para todos. Mas convenhamos que o ambiente destrutivo é consequência das palavras de gente irresponsável que pulula no Vitória Sport Club. E custa-me o silêncio confrangedor do Benfica, que nobremente se ofereceu para pagar os estragos, mas que é conivente com este tipo de clubes. Já sei: são duas empresas. Ok. Quem fez os estragos? Porque tem de ser o Benfica a pagar? Identifiquem-nos e levem-nos a tribunal! Se calhar são os super-benfiquistas que aparecem por aí...

Por fim o estragar da festa no Marquês. Para já, todos os festejos pareceram-me demasiado artificiais. Desde Guimarães até Lisboa. Tudo muito coreografado. Não houve espontâneo... Tudo muito ensaiado. Não me pareceu genuíno. E por fim, os desacatos. Não vou tecer grandes comentários. Não pactuo com violência. Quem são os responsáveis? Já circula que são do Sporting. Pouco interessa. O clube tem de aprender com esta lição. Distanciar-se da violência e não programar nada deste género! Só isso!

O resto, falo amanhã (ou assim...)

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