terça-feira, 14 de abril de 2015

Da saída de Jesus e do seu futuro: um ponto de vista

Já muito se falou sobre se Jesus sai ou não do Benfica. Goste-se ou não da realidade, facto é que o amadorense não é consensual entre os adeptos. A grande maioria, é certo, reconhece-lhe enormes virtudes (a consistência, a valorização de jogadores medianos e a qualidade apresentada) na condução da equipa de futebol nos últimos 6 anos, incluso eu. Por outro lado, nas bancadas da Luz muitos não lhe perdoam as invenções e a bosófia, pouco condizentes com o nosso clube. Muitos outros não esquecem os títulos perdidos em 2012 e, sobretudo, 2013, num técnico pago a peso de ouro. As contas lançadas pelo Record sobre o saldo de vendas do técnico, feitas num tom elogioso sublinhe-se, adensaram as dúvidas que muitos tinham. Os que não as tinham atacaram o jornal. Esquecendo, lá está, o tom de elogio.

Ontem, veio a lume que o Fenerbahce quer Jesus. Note-se que não foi ninguém da Cofina ou do Oliveiredo a publicar isto e duvido que o jornal Fanatik se importe com quem ganhe a Liga portuguesa.Não sei, poucos o saberão em Portugal, qual a fidedignidade das notícias do dito jornal. Afirmar o contrário é... patético e a habitual mania das perseguições anti-CS. Há um/dois meses, foi Jorge Mendes a dizer que o amadorense tem mercado no estrangeiro. Ou seja, o empresário que muitos afirmam ser inimigo do Benfica (que afinal é benfiquista) diz à boca cheia que o mercado "quer" JJ. Ou seja, será que JJ lhe deu um raspanete? Não creio, não é a 1ª vez que Mendes faz isto. E há que perceber a parte dele: quer "ganhar o dele". Ponto!

Sinceramente, não vejo a Jesus muito futuro num grande clube europeu. Existem inúmeras variáveis a ter em conta. Mais depressa acredito que o treinador, se sair, SE, se encontre num clube médio europeu. Lá está na linha de Fenerbahce. Grande no seu país, mas pouco cotado no estrangeiro. Os grandes clubes de Espanha, Inglaterra, Itália, Alemanha ou França estão-lhe vedados, creio. Não por falta de qualidades técnicas e tácticas, mas porque para se treinar um Barcelona, um AC Milan ou um City são necessárias outras variantes e requintes que Jesus não possui. Um deles é claro: Jesus nem português correcto fala, ou seja, não domina no mínimo o Inglês e nem me parece disposto, aos 61 anos, a aprender. E nesses clubes não cola o "desenconanço" à portuguesa. Vide Guardiola, que teve de aprender Alemão à bruta. E existem outros factores, como a sua pouca capacidade de trabalho integrado numa estrutura gigante em que apenas é uma roda na engrenagem, por exemplo.

Jesus falhou o passaporte para a eternidade e para um tubarão europeu ao perder a final da Liga Europa na época passada. E isso já não retorno. Que opções então? Jesus pode almejar a clubes que pretendam a qualificação para as competições europeias nos grandes campeonatos. No máximo! Ou então, um candidato ao título em ligas não tão importantes, como Turquia, Rússia ou Holanda. Aos 61 anos, Jesus pode querer uma "reforma dourada" pois irá durar mais uns 7/8 anos no máximo na alta roda. Existe uma 3ª opção: submeter-se ao fim do tempo das vacas gordas na Luz (segundo palavras do Presidente) e tentar continuar a escrever História no Benfica. Mesmo com um ordenado e recursos menores. Todas as opções apresentam prós e contras. Mas sem dúvida que a mais segura para JJ será ficar. Agora... se o Presidente fala a verdade, Jesus terá o maior desafio da carreira. É um risco. Mas se for bem sucedido escreve um capítulo a ouro. Se não for, ou se sair, será um parágrafo giro no centenário livro do Benfica. E se sair, irá ser pelo dinheiro e terá certamente uma recta final de carreira em desnível em relação à passagem pela Luz.

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