quarta-feira, 25 de março de 2015

O elogio a Maxi, a propósito dos 100 jogos pelo Uruguai e renovação.

Maxi Pereira está à beira de um feito histórico na sua carreira: chega aos 100 jogos pelo Uruguai, uma das mais fortes e históricas selecções da América do Sul. Ao nível de palmarés, só suplantada pelo Brasil e Argentina. E Maxi esteve presente numa das mais bonitas páginas do futebol do país: a vitória na final da Copa América em 2011. Em Portugal, a titularidade no Benfica foi assegurada assim que recuou para a defesa, numa adaptação que não é da responsabilidade de JJ. Aliás, a invenção da adaptação no Benfica não foi descoberta de JJ, como se comprova pelos casos de Maxi e Miguel. 

Maxi é um jogador à Benfica. Não vira a cara à luta e joga sempre de punho e dentes cerrados. Sempre no limite e sempre ciente das suas limitações. A propósito disto, cumpre dizer que Maxi não é, tactica e tecnicamente, perfeito. Longe disso. Ainda denota algumas deficiências posicionais. Por vezes roça o excesso de virilidade, convém admitir. Não é maldoso, mas disfarça as suas incapacidades, por vezes, com um jogo mais ríspido. Mas também as disfarça com entrega sem limites e é um jogador com inegáveis qualidades.

Maxi é, talvez, no plantel o verdadeiro jogador à Benfica. Daqueles cuja definição habita na nossa memória do Benfica de outras eras. Admito que no transporte ao antigamente, até Luisão é superado. Maxi, apesar das fragilidades mencionadas, joga e faz jogar. Ao longo dos anos, tem sido sempre um carril de alta velocidade por onde o jogo do Benfica passa. Não se trata apenas portanto de um jogador de enorme raça e sacrifício (como Jardel), é um pilar do melhor Benfica dos últimos 20 anos. 

Maxi construiu um legado no Benfica que já é incontornável. Ficará na memória dos que o viram jogar. Poderá não ser o melhor lateral direito, mas sobre o seu tempo, será recordado como um jogador muito generoso e um bom jogador. À Benfica! A conversa dele onde refere se sente bem no nosso campeonato refere-se ao Benfica. Ao longo deste tempo também temos de lhe reconhecer o carácter e acredito piamente que o nosso clube é o único em que Maxi pensa. Podem existir dificuldades contratuais, personificadas no sinistro Paco Casal (que, recordo, chantageou o Benfica com 5 miúdos), mas o deselace vai ser o esperado: Maxi continua. Confesso que estranho a demora deste processo, mas, de fora, só culpo Casal. 

Maxi, oxalá fique. A sua manutenção deveria representar um regresso ao Benfica de outrora, onde os craques, à medida que envelheciam, iam passando o testemunho à nova geração. E se nós temos miúdos de categoria para beber de Maxi durante um/dois aninhos até se assumirem como titulares, preparando a honrosa saída de cena dos mais antigos.

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