quarta-feira, 19 de novembro de 2014

De Yannick Djaló a Raphael Guerreiro, com um apontamento sobre a política de contratações

Nunca o escondi: quando apareceu no Sporting, Yannick Djaló era um jogador muito interessante. E estamos a falar da fornada de, por exemplo, João Moutinho e Miguel Veloso. Era um jogador rápido, vertical e com uma técnica relativamente evoluída. Entretanto, por força da pouca capacidade competitiva e de venda por parte do Sporting, Yannick (e os demais) não evoluiram, tendo saído para clubes medíocres. Vejam onde jogam estes três jogadores, no auge da sua maturação. E hoje Djaló, o tal jogador que apreciei, tem contrato com o Benfica, com deportação pelos States.
Entretanto, Raphael Guerreiro é a nova coqueluche do futebol português. O jovem do Lorient apresentou-se ao adepto tuga com duas magníficas exibições por Portugal. E desde logo se vaticinou: "gostava de o ver no Benfica".
Porquê juntar este duo tão improvável? Em primeiro lugar, Guerreiro é Djaló há uns 6/7 anos atrás. Uma promessa! Dois: o Benfica está, de certo modo e para alguns, ao barulho. E terceiro, são vítimas da pouca crença que existe no futebolista português, em tempo útil. É impressionante ver como é que Yannick Djaló, pelas suas características, se perdeu. Não é só a sua falta de juízo que o determina. As palavras proferidas hoje sobre um regresso ao Sporting demonstram bem a falta de sensatez do futebolista. Mas faz falta suporte psicológico aos atletas. Falta quem lhes dê um bom par de tabefes em tempo útil. Cristiano Ronaldo não seria ninguém se não saísse de Alvalade para os braços de Alex Ferguson. O escocês não faz milagres e a cabeça conta muito. Mas a estrutura que lança um miúdo conta e de que maneira.
Raphael Guerreiro tem potencial e está no país ideal para se desenvolver: a subida à Ligue 1 é determinada também pela posse de um centro de formação. Reparem em, por exemplo, Anthony Lopes. Escalou a formação do Lyon e hoje é titular absoluto e sério candidato ao lugar de Rui Patrício. Outro caso com sangue luso: Yannick Ferreira-Carrasco. Mas deixem o puto crescer, com calma...
E onde se ata o nó do título? No seguinte: de quem foi a ideia de se contratar um jogador que já se tinha começado a eclipsar, como Yannick Djaló? Porquê? Jesus, ao contrário do que se apregoa, não é Midas... Porque não criar o nosso próprio "Yannick", mas em bom e com juízo!? E Raphael Guerreiro no Benfica? Agora é tarde! Iríamos pagar muito mais! Não o devíamos ter adquirido há um ano? Não seria isso um scouting apurado? Não o peçam agora. Mais: eu não quero Raphael agora, nem amanhã! Eu queria era que Loris Benito e Eliseu fossem bons. E, aparentemente, não são. Eliseu não serve ao Benfica e JJ, inexplicavelmente, não gosta de Benito! 
De Yannick a Guerreiro há muito em comum... Mas há má gestão! Muita!

0 comentários:

Enviar um comentário

Debatam... Discutam as ideias. Não insistam no ataque e ofensa pessoal. Apresentem argumentos válidos a favor ou contra. Fora isso, será removido.